História da Língua Inglesa - Inglês Moderno
MODERN ENGLISH - (a partir de 1500)
Enquanto
que o Middle English se caracterizou por uma
acentuada diversidade de dialetos, o Modern
English representou um período de padronização
e unificação da língua. O advento da imprensa em 1475 e a criação
de um sistema postal em 1516 possibilitaram a disseminação do
dialeto de Londres - já então o centro político, social e
econômico da Inglaterra. A disponibilidade de materiais impressos
também deu impulso à educação, trazendo o alfabetismo ao alcance
da classe média.
A
reprodução e disseminação de uma ortografia finalmente
padronizada, entretanto, coincidiu com o período em que ocorria
ainda a Great
Vowel Shift. As
mudanças ocorridas na pronúncia a partir de então, não foram
acompanhadas de reformas ortográficas, o que revela um caráter
conservador da cultura inglesa. Temos aí a origem da atual falta
de correlaçãoentre pronúncia e ortografia no inglês moderno. D’Eugenio
assim explica o que ocorreu:
O processo de padronização da língua inglesa iniciou em princípios do século 16 com o advento da litografia, e acabou fixando-se nas presentes formas ao longo do século 18, com a publicação dos dicionários de Samuel Johnson (figura ao lado) em 1755, Thomas Sheridan em 1780 e John Walker em 1791. Desde então, a ortografia do inglês mudou em apenas pequenos detalhes, enquanto que a sua pronúncia sofreu grandes transformações. O resultado disto é que hoje em dia temos um sistema ortográfico baseado na língua como ela era falada no século 18, sendo usado para representar a pronúncia da língua no século 20. (319, minha tradução)
Da
mesma forma que os primeiros dicionários serviram para padronizar a
ortografia, os primeiros trabalhos descrevendo a estrutura gramatical
do inglês influenciaram o uso da língua, incorporando conceitos
gramaticais das línguas latinas e trazendo uma uniformidade
gramatical. Durante os séculos 16 e 17 ocorreu o surgimento e a
incorporação definitiva do verbo auxiliar dopara
frases interrogativas e negativas. A partir do século 18 passou a
ser considerado incorreto o uso de dupla negação numa mesma frase
como, por exemplo: She didn't go neither.
SHAKESPEARE
William
Shakespeare (1564-1616), representou uma forte influência no
desenvolvimento de uma linguagem literária. Sua imensa obra é
caracterizada pelo uso criativo do vocabulário então existente, bem
como pela criação de palavras novas. Substantivos transformados em
verbos e verbos em adjetivos, bem como a livre adição de prefixos e
sufixos e o uso de linguagem figurada são frequentes nos trabalhos
de Shakespeare.
Ao
mesmo tempo em que a literatura se desenvolvia, o colonialismo
britânico do século 19 levava a língua inglesa a áreas remotas do
mundo, proporcionando contato com culturas diferentes e trazendo novo
enriquecimento ao vocabulário do inglês.
Desde
o início da era cristã até o século 19, seis idiomas chegaram a
ser falados na Inglaterra: Celta, Latim, Old English, Norman French,
Middle English e Modern English. Essa diversidade de influências
explica o fato de ser o inglês uma língua menos sistemática e
menos regular, quando comparado às línguas latinas e mesmo ao
alemão. Poderia nos levar a concluir também que o inglês de hoje
pode ser comparado a uma colcha feita de retalhos de tecidos de
origem das mais diversas.
AMERICAN
ENGLISH
A
esperança de alcançar prosperidade e os anseios por liberdade de
religião foram os fatores que determinaram a colonização da
América do Norte. A chegada dos primeiros imigrantes ingleses em
1620, marca o início da presença da língua inglesa no Novo Mundo.
À
época da independência dos Estados Unidos, em 1776, quando a
população do país chegava perto de 4 milhões, o dialeto
norte-americano já mostrava características distintas em relação
aos dialetos das ilhas britânicas. O contato com a realidade de um
novo ambiente, com as culturas indígenas nativas e com o espanhol
das regiões adjacentes ao sul, colonizadas pela Espanha, provocou um
desenvolvimento de vocabulário diverso do inglês britânico.
Hoje,
entretanto, as diferenças entre os dialetos britânicos e
norte-americanos estão basicamente na pronúncia, além de pequenas
diferenças no vocabulário. Ao contrário do que aconteceu entre
Brasil e Portugal, Estados Unidos da América e Inglaterra mantiveram
fortes laços culturais, comerciais e políticos. Enquanto que o
português ao longo de 4 séculos se desenvolveu em dois dialetos
substancialmente diferentes em Portugal e no Brasil, as diferenças
entre os dialetos britânico e norte-americano são menos
significativas.
O
INGLÊS COMO LÍNGUA DO MUNDOFatos históricos recentes explicam o atual papel do inglês como língua do mundo.
Em
primeiro lugar, temos o grande poderio econômico da Inglaterra nos
séculos 18, 19 e 20, alavancado pela Revolução Industrial, e a
consequente expansão do colonialismo britânico. Esse verdadeiro
império de influência política e econômica atingiu seu ápice na
primeira metade do século 20, com uma expansão territorial que
alcançava 20% das terras do planeta. O British
Empire chegou
a ficar conhecido como "the
empire where the sun never sets" devido
à sua vasta abrangência geográfica, provocando uma igualmente
vasta disseminação da língua inglesa.
Em
segundo lugar, o poderio político-militar do EUA a partir da segunda
guerra mundial e a marcante influência econômica e cultural
resultante, acabaram por deslocar o francês como língua
predominante nos meios diplomáticos e solidificar o inglês na
posição de padrão das comunicacões internacionais.
Simultaneamente, ocorre um rápido desenvolvimento do transporte
aéreo e das tecnologias de telecomunicação. Surgem os conceitos
de information superhighway e global
village para caracterizar um mundo no qual uma linguagem
comum de comunicação é imprescindível.
(Fonte: http://www.sk.com.br)